Novo lançamento, fruto de parceria com a Avant Arte, exemplifica a autoironia e provocação humorada do artista chinês

Para comemorar o Ano Novo Chinês, o dissidente artista Ai Weiwei uniu forças com a Avant Arte, resultando em um retrato autoparódico intitulado ‘Guardião’. A obra ecoa os símbolos e as motivações que Weiwei empregou durante seus mais de 30 anos de carreira, desta vez sempre com uma sátira aos eventos globais, numa assinatura característica do artista.

Explicado pelo próprio Weiwei como um “autorretrato divino”, o Guardião no centro da obra faz referência aos Menshen chineses, os Deuses da Porta, que são posicionados na entrada para proteger aqueles que estão em seu interior. O artista acredita que, em muitas ocasiões, os artistas são vistos como guardiões e precursores da transformação cultural. “Este autorretrato serve como uma visualização da minha luta contínua na esfera da realidade”, observou Weiwei.

Embora a figura central seja predominante, em torno dela, surgem elementos que fazem parte da trajetória e das preocupações de Weiwei: imagens menores referem-se à vigilância, ao Twitter, e algemas, temas recorrentes que ele explorou apesar de repressões sofridas em seu país de origem, a China. Não menos importantes, as alusões discretas à mitologia, como o dragão, que simboliza o próximo Ano Novo Chinês e aquilo que Weiwei acredita ser a relação complexa que a China moderna possui com a sua própria história.

‘Guardião’ é um quadro de edição limitada e com tempo determinado que estará disponível por somente 24 horas a partir das 9h (horário de Nova York) de 15 de fevereiro. A obra, que pode ser adquirida emoldurada por 1.056 dólares americanos e desenquadrada por 715 dólares, traz impresso um serigráfico de duas cores, finalizado com uma base de brilho metálico e impresso em papel Radiant White da Somerset Tub Sized de 410gsm.

Bem humorado, desafiador e simultaneamente fiel à sua arte e à sua luta por expressão e liberdade, Weiwei se autodeclara um ‘Guardião’ em seu novo quadro em silkscreen, uma bela maneira de dar início às celebrações do Ano Novo Chinês. Seu trabalho ressoa com seus contínuos esforços para instigar o debate e incentivar a mudança em uma escala global, sem nunca esquecer de sua origem e seus símbolos culturais.